Artigo sobre como enviar ficheiros para um técnico de som

Como enviar ficheiros

Organização de ficheiros é uma daquelas coisas sobre a qual ninguém realmente pensa e quando o fazem, todos têm uma opinião e método diferente. Aqui está a minha opinião sobre isso, a partir da minha experiência recebendo ficheiros que foram gravados por múltiplas pessoas, em lugares diferentes.

Em primeiro lugar, dá nomes às tuas pistas! 

Eu entendo que quando a inspiração bate, dar nomes corretamente pode não ser prioridade. Talvez num dia em que não te estejas a sentir tão criativo, podes voltar a projectos que estão a decorrer e fazer algumas coisas técnicas, como limpar e organizar.

Além disso, podes configurar templates previamente para que no futuro possas simplesmente armar a pista e gravar com um mínimo de organização. Manter a organização fará com que a tua vida (e a minha) seja muito mais fácil mais tarde. Mantém os nomes claros e concisos. Além disso, tenta manter os nomes consistentes de canção para canção. Usa uma combinação de letras e números para agrupar e priorizar faixas. Por exemplo, com vozes, a principal seria V LD 1 e as seguintes seriam secundárias (V LD 2, V LD 3, etc). No caso de guitarras eléctricas podem-se chamar GTR E 1 e GTR E 2. Mais camadas de guitarras iria aumentar o número para, por exemplo GTR E 7 e GTR E 8. Também podes colocar um “L” ou “R” para indicar como pretendes as panorâmicas. Neste post vou mais a detalhe sobre como dar nome às tuas pistas.

O algodão não engana.

De seguida, certifica-te que todas as tuas edições estão limpas e têm crossfades. Trabalhaste duro a gravar e a montar as melhores performances. Um pouco de tempo aqui pode impedir cliques e pops depois na mistura final. Não te esqueças de apagar ruídos nos locais onde o músico não está cantar/tocar. Coisas como zumbidos e interferências electromagnéticas são gravados mesmo quando o músico não canta/toca. Além disso, com o início das gravações em casa, ar condicionado e ruído elétrico de frigorífico tornaram-se um problema comum. Depois de remover os ruídos, não te esqueças de colocar um fade in e out em todos os cortes!

Antes de exportar…

Nesta fase exporta um rough mix para incluir na pasta onde envias as pistas exportadas. Isso pode ser útil para mim se houver uma certa vibe ou equilíbrio que estejas a tentar alcançar.

Finalmente, desactiva os plugins não essenciais. Deixa plugins importantes ligados, como ganho ou inversão de polaridade. Inclui também coisas como afinações, amp sims, delays e reverbs importantes ou outros efeitos que façam parte do processo criativo. Podes incluir também uma versão seca – sem efeitos – devidamente identificada, se não estás seguro dos efeitos escolhidos.

Assim que todas as pistas estiverem prontas e devidamente identificadas, consolida as pistas em, limpas e continuas faixas de áudio desde o início da sessão até o final da canção. Se nomeaste as pistas como sugerido acima, cada nova faixa consolidada deve conter o nome da pista (o Pro Tools faz isso, não tenho certeza em relação a outros DAWs).

Exporta…

todas as tuas faixas para uma única pasta para comprimir (comprimir pode poupar tempo no upload e download dos arquivos) e enviar via Dropbox, WeTransfer, ou outro serviço de envio de arquivos grandes.

Antes de comprimir e enviar recomendo criar um projecto vazio e importar as pistas que acabaste de exportar para garantir que está tudo certo.

Certifica-te de incluir um ficheiro de texto ou e-mail com informações de sessão como bit depth, sample rate, BPM, assinatura de tempo, a escala da canção e instruções e sugestões de coisas a fazer.

Podes fazer aqui o download dum exemplo de como organizar os ficheiros.

Written by: Mic